terça-feira, 15 de novembro de 2022

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Flashes do Mundial 2022/San Juan (23)

  Classificação final do Campeonato do Mundo de 2022

1.º ARGENTINA

Plantel: Matías Bridge, Conti Acevedo, Valentín Grimalt, Matías Pascual, Matías Platero, Gonzalo Romero, Facundo Bridge, Danilo Rampulla, Carlos Nicolía, Pablo Álvarez, Ezequiel Mena, Lucas Ordóñez, Lucas Martínez. Treinador: José Luis Páez

2.º PORTUGAL

Plantel: Ângelo Girão, Pedro Henriques, Diogo Rafael, Telmo Pinto, Hélder Nunes, Henrique Magalhães, Rafa, João Rodrigues, João Souto, Gonçalo Alves. Treinador: Renato Garrido

3.º FRANÇA

Plantel: Pedro Chambel, Baptiste Bonneau, Leo Savreux, Bruno Di Benedetto, Rémi Herman, Antoine Le Berre, Anthony da Costa, Roberto Di Benedetto, Mathieu Le Roux, Carlo Di Benedetto. Treinador: Fabien Savreux

4.º ITÁLIA

Plantel: Stefano Zampoli, Leonardo Barozzi, Riccardo Gnata, Elia Cinquini, Francisco Ipiñazar, Andrea Malagoli, Davide Banini, Francesco Banini, Francesco Compagno, Davide Gavioli, Federico Ambrosio, Giulio Cocco, Alessandro Verona. Treinador: Alessandro Bertolucci

5.º ESPANHA

Plantel: Xavi Malián, Sergi Fernández, Ignacio Alabart, Nil Roca, Xavi Barroso, Sergi Aragonès, Marc Julià, David Torres, Pau Bargalló, Ferran Font, Toni Pérez. Treinador: Guillem Cabestany

6.º ANGOLA

Plantel: Dori, Francisco Veludo, Wilson de Castro, André Centeno, Py, Humberto Mendes, Fábio Faria, Filipe Bernardino, Anderson Nery, Zidane, Martín Payero, João Pinto. Treinador: Miguel Belbruno

7.º CHILE

Plantel: Alfredo Barbano, Pedro Martín, Diego Garcia, Vicente Soto, Joaquim Fernández, Felipe Castro, Felipe Márquez, Diego Rojas, Pablo Contreras, Banjamín Díaz, Álvaro Osório, Nico Fernández. Treinador: Rodrigo Quintanilla

8.º ALEMANHA

Plantel: Timo Tegethoff, Fynn Hilbertz, Jonas, Langenohl, Christoph, Rindfleisch, Niko Morovic, Aaron Borkei, Alexander Ober, Lucas Karschau, Max Thiel, Daniel Strieder, Sebastian Rath. Treinador: Thomas Ullrich

9.º COLÔMBIA*

Plantel: Esteban Gallego, Sebastian Canizales, Esteban Ruiz, José Naranjo, Daniel Restrepo, Jonathan Orozco, Esteban Campo, Jeronimo Calle, Camillo Ramirez, Luis Miguel Martínez. Treinador: André Torres. *Nota: A Colômbia venceu o Mundial B da competição, uma espécie de 2.ª divisão do Campeonato do Mundo, e nesse sentido vai jogar o Mundial principal em 2024.  

10.º MOÇAMBIQUE

Plantel: Júlio Samuel, Marcelo Balói, Igor Alves, Bruno Pinto, Diego Pimentel, Pedro Pimentel Júnior, Renato Castanheira, Filipe Vaz, Marinho, Filipe Nabais, Ivan Esculudes. Treinador: Jorge Oliveira

Flashes do Mundial 2022/San Juan (22)

Final

Portugal - Argentina: 2-4

Golos: Henrique Magalhães (2) / Pablo Álvarez (2), Carlos Nicolía, Ezequiel Mena

Argentinos vingam derrota na final de 2019 e voltam ao trono do hóquei planetário sete anos depois... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (21)

Jogo de apuramento dos 3.º e 4.º lugares

França - Itália: 5-5 (3-2 nas grandes penalidades)

Golos: Roberto Di Benedetto (2), Bruno Di Benedetto (2), Carlo Di Benedetto / Davide Banini (2), Andrea Malagoli, Davide Gavioli, Francisco Ipiñazar

Irmãos Di Benedetto ajudam França a conquistar um saboroso bronze...  

Flashes do Mundial 2022/San Juan (20)

Meias-finais

Itália - Argentina: 1-4

Golos: Giulio Cocco / Gonzalo Romero (2), Lucas Martínez, Carlos Nicolía

Anfitriões vão reeditar final de 2019 com Portugal à procura da desforra... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (19)

Meias-finais

França - Portugal: 0-4

Golos: Hélder Nunes (2), Rafa, Henrique Magalhães

Nova chapa 4 a gauleses coloca lusos no trilho da revalidação do cetro... 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Flashes do Mundial 2022/San Juan (18)

Quartos-de-final

Espanha - França: 4-4 (0-1 nas grandes penalidades)

Golos: Ferran Font (2), Pau Bargalló (2) / Carlo Di Benedetto (2), Roberto Di Benedetto (2)

Escândalo em San Juan: candidata Espanha cai aos pés da França!!!... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (17)

Quartos-de-final

Itália - Angola: 5-4

Golos: Federico Ambrosio (2), Alessandro Verona, Giulio Cocco, Andrea Malagoli / João Pinto (2), Humberto Mendes, Anderson Nery

Italianos suaram e bem para afastar angolanos rumo às meias-finais... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (16)

Quartos-de-final

Portugal - Alemanha: 10-1

Golos: João Rodrigues (3), Gonçalo Alves (2), Hélder Nunes, Henrique Magalhães, Rafa, Telmo Pinto, João Souto / Max Thiel

Portugal aplica goleada e continua a perseguição à revalidação do título mundial... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (15)

Quartos-de-final

Argentina - Chile: 6-2

Golos: Pablo Álvarez (2), Facundo Bridge (2), Ezequiel Mena, Carlos Nicolía / Nico Fernández, Diego Rojas

Duelo das américas terminou com a vitória natural da super potência mundial... 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Flashes do Mundial 2022/San Juan (14)

Ronda de qualificação / Play-off

Moçambique - Alemanha: 2-3

Golos: Bruno Pinto, Renato Castanheira / Lucas Karschau (2), Nico Morovic

Chegar, jogar, e seguir para os quartos-de-final, eis a fria Alemanha... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (13)

Ronda de qualificação / Play-off 

Chile - Colômbia: 5-1

Golos: Diego Rojas (2), Nico Fernández (2), Felipe Márquez / Jeronimo Calle

Chilenos continuam no Mundial à custa dos vizinhos colombianos... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (12)

Grupo B / 3.ª jornada

Moçambique - Argentina: 0-13

Golos: Ezequiel Mena (4), Matias Platero (2), Lucas Martínez (2), Facundo Bridge (2), Pablo Álvarez, Lucas Ordoñez, Gonzalo Romero

Anfitriões encerram fase de grupos com goleada... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (11)

Grupo B / 3.ª jornada

Angola - Espanha: 1-5

Golos: Martín Payero / Nil Roca (2), Pau Bargalló, Ferran Font, Marc Julià

Palancas Negras ainda dificultaram a vida aos espanhóis, mas depois imperou a lei do mais forte... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (10)

Grupo A / 3.ª jornada

Chile - Portugal: 1-7

Golos: Felipe Márquez / Telmo Pinto (2), Hélder Nunes, João Souto, Gonçalo Alves, Diogo Rafael, Henrique Magalhães

Goleada natural coloca lusos no topo do seu grupo... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (9)

Grupo A / 3.ª jornada

Itália - França: 4-4

Golos: Giulio Cocco (3), Federico Ambrosio / Carlo Di Benedetto (2), Roberto Di Benedetto, Rémi Herman 

Squadra Azzurra escorrega e hipoteca o primeiro lugar do grupo... 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Flashes do Mundial 2022/San Juan (8)

Grupo B / 2.ª jornada

Angola - Argentina: 0-4

Golos: Pablo Álvarez (2), Carlos Nicolía, Tomás Mena

Embalados pela sua fervorosa afición Argentina supera angolanos... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (7)

Grupo B / 2.ª jornada

Espanha - Moçambique: 13-2

Golos: Ignacio Alabart (3), Pau Bargalló (3), David Torres (2), Ferran Font (2), Nil Roca, Sergi Aragonès, Marc Julià / Filipe Nabais, Marinha

La Roja cumpre a sua obrigação com goleada... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (6)

Grupo A / 2.ª jornada

França - Chile: 7-5

Golos: Bruno Di Benedetto (4), Roberto Di Benedetto (3) / Álvaro Osório (2), Diego Rojas (2), Nico Fernández

Gauleses corrigem mau arranque no Mundial de San Juan... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (5)

Grupo A / 2.ª jornada

Itália - Portugal: 2-2

Golos: Giulio Cocco, Francesco Compagno / Henrique Magalhães, Gonçalo Alves

Candidatos (ao título) não se quiseram beliscar... 

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Flashes do Mundial 2022/San Juan (4)

Grupo B / 1.ª jornada

Argentina - Espanha: 4-2

Golos: Lucas Ordoñez (3), Pablo Álvarez / Pau Bargalló (2), Ignacio Alabart

Clássico mundial do hóquei pendeu para a seleção anfitriã...  

Flashes do Mundial 2022/San Juan (3)

Grupo B / 1.ª jornada

Moçambique - Angola: 2-5

Golos: Marinho (2) / Humberto Mendes (2), André Centeno, João Pinto, Filipe Bernardino

Palancas Negras mostraram mais uma vez o porquê de serem os reis do hóquei africano... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (2)

Grupo A / 1.ª jornada

Chile - Itália: 3-8

Golos: Felipe Marquéz (2), Nicolás Fernández / Federico Ambrosio (2), Alessandro Verona (2), Davide Gavioli (2),  Andrea Malagoli, Francesco Campagno

Squadra Azzura passeia classe no mítico Estádio (pavilhão) Aldo Cantoni, em San Juan... 

Flashes do Mundial 2022/San Juan (1)

Grupo A / 1.ª jornada

Portugal - França: 5-1

Golos: João Rodrigues (2), Hélder Nunes, Gonçalo Alves, Diogo Rafael / Anthony da Costa

Com categoria campeões do Mundo em título vencem uma França que deixou muito a desejar... 

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Lista de Campeões... Portugal (1939 a 1949)

1948/49: Hockey de Sintra

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Hockey de Sintra - 10 - 7 - 2 - 1 - 48 - 18 - 26

2.º Paço de Arcos - 10 - 7 - 1 - 2 - 36 - 15 - 25

3.º Benfica - 10 - 5 - 2 - 3 - 36 - 25 - 22

4.º Clube Infante de Sagres - 10 - 5 - 1 - 4 - 31 - 30 - 21

5.º Académico Futebol Clube - 10 - 0 - 3 - 7 - 12 - 37 - 13

6.º Académica de Espinho - 10 - 1 - 1 - 8 - 18 - 56 - 13

1947/48: Paço de Arcos

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Paço de Arcos - 10 - 10 - 0 - 0 - 64 -10 - 30

2.º Hockey de Sintra - 10 - 8 - 0 - 2 - 53 - 25 - 26

3.º Clube Infante de Sagres - 10 - 4 - 1 - 5 - 31 - 34 - 19

4.º Oeiras - 10 - 4 - 1 - 5 - 24 - 40 - 19

5.º Académico Futebol Clube - 10 - 2 - 2 - 6 - 27 - 37 - 16

6.º Estrela e Vigorosa  - 10 - 0 - 0 - 10 - 9 - 62 - 10

1946/47: Paço de Arcos

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Paço de Arcos - 6 - 4 - 0 - 2- 30 - 21 - 14

2.º Hockey de Sintra - 6 - 4 - 0 - 2 - 21 - 13 - 14 

3.º Clube Infante de Sagres - 6 - 2 - 0 - 4 - 20 - 25 - 10

4.º Académico Futebol Clube - 6 - 2 - 0 - 4 - 16 - 28 - 10

1945/46: Paço de Arcos

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Paço de Arcos - 6 - 4 - 1 - 1 - 40 - 20 - 15

2.º Hockey de Sintra - 6 - 3 - 1 - 22 - 24 - 13

3.º Clube Infante de Sagres - 6 - 2 - 2 - 2 - 22 - 32 - 12

4.º Académico Futebol Clube - 6 - 1 - 0 - 5 - 20 - 28 - 8

1944/45: Paço de Arcos 

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Paço de Arcos - 6 - 5- 1 - 1 - 38 - 15 - 17

2.º Hockey de Sintra - 6 - 4 - 1 - 1 - 22 - 13 - 15

3.º Clube de Futebol Benfica - 6 - 2 - 0 - 3 - 10 - 23 - 9

4.º Benfica - 6 - 0 - 0 - 6 - 17 - 36 - 6

1943/44: Paço de Arcos

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Paço de Arcos - 6 - 4 - 1 - 1 - 29 - 18 - 15

2.º Hockey de Sintra - 6 - 3 - 2 - 1 - 33 - 23 - 14

3.º Académico Futebol Clube - 6 - 2 - 1 - 3 - 17 - 23 - 11

4.º Clube Infante de Sagres - 6 - 1 - 0 - 5 - 17 -32 - 8 

1942/43: Clube de Futebol Benfica

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Clube de Futebol Benfica 6 - 5 - 0 - 1 - 24 - 14 - 16

2.º Académico Futebol Clube - 6 - 4 - 0 - 2 - 25 - 17 - 14

3.º Paço de Arcos - 6 - 3 - 0 - 3 - 40 - 20 - 12 - 12

4.º Clube Infante de Sagres - 6 - 0 - 0 - 6 - 12 - 50 - 6 

1941/42: Paço de Arcos

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Paço de Arcos - 2 - 2 - 0 - 0 - 10 - 5 - 6

2.º Clube de Futebol Benfica - 2- 0 - 0 - 2 - 5 - 10 - 2

1940/41: Clube de Futebol Benfica

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Clube de Futebol Benfica - 6 - 4 - 2 - 0 - 34 - 10 - 16 

2.º Paço de Arcos - 6 - 4 - 2- 0 - 27 - 9 - 16

3.º Estrela e Vigorosa - 6 - 2 - 0 - 4 - 15 - 27 - 10

4.º Clube Infante de Sagres - 6 - 0 - 0 - 6 - 0 - 30 - 0

1939/40: Clube de Futebol Benfica

Classificação - Jogos - Vitória - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos

1.º Clube de Futebol Benfica - 3 - 2- 0 - 1- 13-7- 7

2.º Clube Infante de Sagres - 3 - 1 - 0 - 2 - 7 - 13 - 5

1938/39: Sporting

Classificação - Jogos - Vitórias - Empates - Derrotas - GM - GS - Pontos 

1.º Sporting - 2 - 2 - 0- 0 - 9 - 5 - 6

2.º Clube Infante de Sagres  2 - 0 - 0- 2 - 5 - 9- 2

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Lendas (1)... Stefano Dal Lago (Itália)

Ele foi o mago do hóquei em patins italiano, e por consequência um dos mais virtuosos artistas da modalidade a nível planetário. Brilhou, e fez brilhar, na era dourada do hóquei transalpino, ajudando a sua seleção a dominar o planeta do hóquei em parte da década de 80. O seu nome é Stefano Dal Lago, e para muitos ele foi o líder da geração de ouro de Itália que venceu os Campeonatos do Mundo de 1986 e 1988. Dal Lago nasceu em Trissino, a 6 de maio de 1964, e deu os primeiros passos com os patins aos 8 anos de idade no clube da sua terra natal, o Hockey Trissino, emblema onde fez todo o seu percurso de formação. Cedo se percebeu que estava ali um talento puro, e com apenas 16 anos estreou-se na equipa principal do clube. Dois anos mais tarde,  em 1982, o seu nome começa a ser conhecido internacionalmente, pois foi figura central do Campeonato da Europa de juniores ganho pela Squadra Azzura, numa altura em que já atuava na melhor equipa de Itália, o Hockey Novara, que dispunha então dos melhores jogadores italianos. Entre 1983 e 1888 venceu com a camisola do clube de Piemonte três campeonatos de Itália (84/85, 86/87, e 87/88), quatro Coppa Italia (84/85, 85/86, 86/87, e 87/88), e uma Taça CERS (84/85).

Foi na década de 80 que ele liderou a Itália nos Mundiais de 1986 (realizado em Sertãozinho, no Brasil) e de 1988 (disputado na cidade espanhola da Corunha). Em ambos os torneios os transalpinos levaram a melhor sobre os rivais Espanha, Portugal e Argentina, as outras potências do hóquei em patins planetário. No curto espaço de três anos Dal Lago vence dois campeonatos mundiais pelo seu país, que até então só guardava no seu palmarés um título planetário (arrecadado em 1953). No Brasil, a geração dourada do hóquei italiano concluía com êxito um trabalho iniciado quatro anos antes, no Europeu de juniores, exibindo um nível técnico e tático soberbo, um hóquei explosivo, no bom sentido, praticado por uma seleção poderosa com um grande nível físico, tático e mental. Para muitos historiadores da modalidade, Dal Lago era a estrela da companhia, mas havia outras estrelas, outras lendas italianas, como o guarda-redes Cupisti, passando por Tommy Colamaria, Bernardini, Roberto Crudeli, Massimo Mariotti, Bibi Milani, "Cirio" Girardelli, até Pino Marzella. Uma Itália de sonho que não deu hipóteses a uma Espanha onde pontificavam nomes como Torner e Alabart; a uma seleção de Portugal liderada pelo mago Vítor Hugo, e à Argentina (que chegava ao Brasil como campeã mundial em título) onde sobressaía Martinazzo. Nesse Mundial a Itália teve um domínio absoluto, alcançando vitórias contra Portugal (8-3), Espanha (2-1), e Argentina (5-2), terminando em 1.º lugar com 18 pontos - na época o Mundial era jogado em sistema de "todos contra todos", vencendo a seleção que somasse mais pontos. Dotado de uma técnica incrível, capaz de mudar de ritmo de jogo de forma repentina, Dal Lago encantou nesse Mundial.

E faria o mesmo dois anos mais tarde, em território espanhol, quando dos nove jogos disputados a Squadra Azzura venceu oito e empatou apenas um, com Portugal, sagrando-se assim bi-campeã mundial. E foi na sequência deste título, a somar aos triunfos internos com o Novara, que Stefano Dal Lago foi considerado o melhor jogador do Mundo em 1988. E foi como o melhor do planeta que ele viria a falecer de forma trágica nesse mesmo ano de 88, quando no decorrer de um jogo da Taça de Itália entre o Novara e o Forte dei Marmi teve uma paragem cardíaca que o levaria à morte com apenas 24 anos de idade!

Como forma de homenagear esta lenda do hóquei em patins, a cidade de Novara instituiu nos anos seguintes um torneio batizado de Memorial Stefano dal Lago, ao mesmo tempo que o pavilhão do clube passou a ter o nome daquele a quem chamaram de "a borboleta sobre rodas", tal a forma sublime como jogava/patinava.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A grande vitória do hóquei em patins luso no Mundial de Montreux em 1948

Olivério Serpa com 
a taça de campeão mundial
Na antecâmara de mais um Campeonato do Mundo de hóquei em patins - marcado em 2022 para a Argentina - abrimos as portas do nosso Museu para recordar a segunda sticada certeira de Portugal no troféu planetário mais cobiçado ao nível de seleções nacionais. Uma história que aconteceu em 1948, precisamente um ano depois dos lusos terem inscrito pela primeira vez - em Lisboa - o seu nome na lista de campeões mundiais. Entravámos na 4.ª edição do Mundial que pela segunda vez na sua ainda curta história tinha como palco uma cidade que eternamente estará ligada ao hóquei em patins: Montreux.

Popular a nível internacional pelo seu Festival de Jazz; por albergar estátua do falecido e icónico vocalista da banda Queen, Freddie Mercury; e claro, pelo hóquei em patins - onde é disputado anualmente o mítico Torneio de Montreux -, a cidade helvética recebeu nove seleções nesse ano de 1948 para disputar não só o Mundial como também o Campeonato da Europa, tendo em conta que na época ambas as competições se disputavam no mesmo torneio! Além da equipa da casa, a prova contou com a França, Espanha, Bélgica, Itália, Inglaterra, Holanda, Portugal e Egito, a única seleção não europeia. O certame, disputado entre os dias 24 e 30 de março de citado ano, foi desenrolado num sistema de "todos contra todos", sagrando-se campeã a seleção que somasse mais pontos ao longo deste mini-campeonato que tinha a particularidade de ter a competir o maior número de seleções (9) em quatro edições.

Na antevisão deste campeonato o jornalista da revista Stadium, Jorge Monteiro, opinava que a tarefa dos lusos para renovar o título não se afigurava fácil, tendo em conta que estes iriam ter pela frente oito turmas «qual delas a melhor apetrechada para o assalto, que certamente lutarão estoicamente para destronarem os campeões». Apesar deste aviso, o jornalista frisava que mesmo perante a forte concorrência não se devia duvidar da nossa seleção, lembrando que a crise moral dos portugueses na sequência de uma recente derrota ante o vizinho e eterno rival, a Espanha, estaria sanada e que os hoquistas lusos eram bem capazes de regressarem da Suíça vitoriosos.

A comitiva lusa antes do embarque
para a Suíça
«Tenhamos, portanto, confiança, e sobretudo fé no triunfo. Oh, quem dera! É que teria ainda muito mais valor por ser confirmado (o título) no estrangeiro», assim desejava Jorge Monteiro. Numa análise da concorrência o escriba da Stadium destacava Espanha, Bélgica, Itália e Inglaterra com o seleções com possibilidade de chegar ao título, apontando ainda os estreantes Holanda e o Egito como verdadeiras incógnitas neste Mundial/Europeu.

Quis os sorteio que os lusos defrontassem no penúltimo dia da competição dois dos candidatos ao cetro mundial, a Espanha e a Itália, ao passo que para o derradeiro dia do campeonato Portugal media forças com outra das grandes potência da modalidade na altura, a Inglaterra, duas vezes campeão mundial.

Para Montreux o selecionador nacional José Prazeres levava os seguintes jogadores: Emídio Pinto, Manuel Soares, Olivério Serpa, Sidónio Serpa, Jesus Correia, Correia dos Santos, Cipriano Santos, e António Raio. Em relação ao Mundial de 47 duas novidades na convocatória, Raio e Manuel Soares, que substituíam António Soares e Álvaro Simões.    

A seleção nacional que em 1948 se sagrou bi-campeã mundial

A Stadium esteve no Aeroporto da Portela para se despedir da comitiva lusa, que integrava ainda o árbitro Martins Correia, tendo trocado algumas palavras com os nossos selecionados. «Confiantes, contagiando com o seu entusiasmo todos quantos os foram ver partir ao Aeroporto da Portela, os rapazes do grupo nacional de hóquei instalaram-se no potente avião da KLM, sorridentes e garantindo-nos que hão-de regressar vitoriosos (...) José Prazeres, o selecionador nacional, garantiu-nos que: os rapazes vão cheios de fé e animados pela confiança na vitória. Manteremos o nível de classificação compatível com os lugares conquistados anteriormente. E posso-lhe garantir que defenderão o título com o maior entusiasmo (...) Regressarão campeões? Porque não? No entanto é sempre arriscado fazerem-se prognósticos num torneio de tanta responsabilidade como este campeonato do Mundo. Mas há um pormenor que lhe posso garantir: a equipa regressará honrada pelas suas exibições e o nome do nosso país será em Montreux condignamente representado por este grupo de rapazes plenos, de entusiasmo, de fé, e especialmente bem portugueses». Na despedida à seleção lusa uma adepta muito especial, a avó de Olivério Serpa, um dos craques da nossa seleção, uma senhora que do alto dos seus 90 anos nunca falta a um evento de hóquei em patins, de acordo com a Stadium. Olivério Serpa que era o capitão da turma lusa, ele que à reportagem da revista deixava claro que a equipa nacional ia para a Suíça «com coragem e energia suficientes para defendermos o nosso título de campeões. Concordo que a empresa é de grande responsabilidade, mas não será surpresa se regressarmos com o honroso título com que agora seguimos para Montreux».

Um jogo do Mundial de 1948
E os lusos não defraudaram as expetativas, tendo saído da Suíça com o título de campeão no bolso. Foi uma caminhada quase imaculada, e quase porque não fosse a derrota na última jornada com a Inglaterra, Portugal teria conquistado este bi-campeonato mundial de forma invicto. Para a Stadium este triunfo foi mais especial que o de 1947 pela simples razão que foi conquistado fora de portas, e de forma admirável. A citada revista referia mais à frente na sua reportagem que este torneio internacional havia sido o melhor de sempre - até à data -, já que foram batidos vários recordes, desde logo a assistência, em grande número. Mas também a nível de resultados o campeonato foi memorável, tendo a Inglaterra batido o seu recorde maior goleada em Mundiais no jogo com a Holanda (17-0), e Portugal também a estabelecer novos recordes "pessoais" em termos de scores avolumados nos encontros com a Holanda (15-0) e Egito (13-0). Recorde também no número de golos marcados em toda a prova: 288, «uma média alta, quando numa dúzia de campeonatos anteriores se tinham feito 1315, menos de metade, em média, por ano, em relação ao torneio de 1948», referia a título de curiosidade a Stadium.

O presidente da Federação Internacional
entrega a taça a Olivério Serpa
Portugal entrou para a última partida com os ingleses já campeão do Mundo, tendo em conta que na dupla jornada da véspera havia batido a Espanha e a Itália pelo menos resultado (3-1), de nada afetando pois o desaire por 1-2. Portugal terminou o Mundial em 1.º lugar , com 14 pontos, os mesmos que os ingleses, mas com vantagem no número de golos marcados e sofridos. Os lusos somaram sete triunfos, de forma mais concreta, ante a Espanha (3-1), perante a Itália (3-1), diante da França (6-0), da Suíça (5-4), da Bélgica (10-0), e os já referidos triunfos antes os estreantes Egito e Holanda, que foram, respetivamente, os dos últimos classificados deste campeonato.

A receção aos campeões 
no Ministério da Educação
A receção aos campeões do Mundo foi apoteótica em Lisboa. A comitiva lusa seria homenageada, já em solo luso, dias mais tarde, num Pavilhão dos Desportos repleto de público. Ainda na pista do aeroporto de Lisboa os jogadores foram agarrados por uma multidão em profunda euforia e levados em ombros como verdadeiros heróis. «Através das ruas de Lisboa, entre filas de povo, de gente de todos os setores sociais, os triunfadores não cessavam de receber aclamações. E a manifestação culminou em apoteose - que era ainda a do primeiro ato de uma grande peça... quando se atingiu o Ministério da Educação Nacional. Aí foi o delírio! Ao assomarem a janela do edifício - já depois de recebidos os agradecimentos da nação - os campeões do Mundo puderam verificar, com satisfação, quanto o seu feito era apreciado; a multidão em coro, sem que para tal tivesse sido solicitada, rompeu a cantar o hino nacional! Era Portugal inteiro a vibrar de contentamento pela voz humilde do povo de Lisboa!», retratava a Stadium que dava ainda conta que os primos Jesus Correia e Emídio Pinto foram também recebidos apoteoticamente em Paço de Arcos, a sua terra, e que o mesmo aconteceu em Sintra com Raio.  No dia 7 de abril de 1948, o dia seguinte à chegada a Lisboa dos campeões, foi a vez do Pavilhão dos Desportos receber em euforia os triunfadores, numa sessão solene onde lhes foram entregues lembranças, como anéis de ouro, ou cigarreiras de prata. Além de que o Ministério de Educação Física atribuiu a cada jogador uma medalha evocativa do feito. Jorge Monteiro, o jornalista encarregue de cobrir esta receção, rematava a sua reportagem dizendo que os hoquistas lusos merecerem estes aplausos da nação, pois honraram Portugal e dignificaram o desporto e que «bem merecem, por conseguinte, da pátria que lhes foi berço e que não os deve olvidar - como heróis que são das atualidades desportivas. Embaixadores do melhor quilate, desportistas da mais fina gema, os campeões do Mundo de hóquei em patins podem ufanar-se de si e do seu nome de portugueses!».